Diálogo pela Vida

Assim como as iniciativas do “Novembro Azul” e “Outubro Rosa”, a cada ano o “Setembro Amarelo” vem ganhando força entre a sociedade. A campanha vem retratar a importância de se falar e prevenir o suicídio e os fatores que levam uma pessoa a uma atitude tão extrema.

Em Irupi, as escolas do município estão promovendo momentos de diálogo de suas crianças e jovens com profissionais e pessoas ligadas ao assunto, destacando toda a importância que o tema merece. Membros da área da saúde, do direito, policiais e também religiosos estão podendo interagir, de forma direta, com a juventude da cidade. Tamanha é a importância que práticas como essa não tem se restringindo mais apenas ao mês de setembro, mas sim em vários momentos ao longo do ano.

E nessa quinta-feira (20) as crianças da escola Sônia Maria (do 1º ao 4º ano) contaram com a presença do Pe. Juliano Ribeiro Almeida, Pároco da Paróquia Nosso Senhor Jesus Cristo Luz dos Povos. Ali, o Pároco da Paróquia de Irupi conversou sobre bullying, abuso sexual e suicídio.

Diálogo, quebra de tabus e mais humanidade aos jovens

Pe. Juliano também visitou outras escolas da cidade, falando com a juventude de outras séries, como as turmas do 5º ao 9º ano do ensino fundamental. E na próxima semana será a vez de dialogar com os adolescentes.

“Na semana que vem, dia 26, irei visitar a escola Bernardo Horta, de ensino médio, onde já falei outras duas vezes neste último ano. As escolas estão tomando a iniciativa, pois estão percebendo que a educação das crianças, adolescentes e jovens é obrigação de todos, e os pais não podem delegar esse papel tão desafiador somente à escola, que acaba não dando conta.”

O presbítero explicou que conversar é realmente a melhor opção. O diálogo aberto não é um incentivo para a prática do assunto abordado, mas sim uma forma do jovem entender do que se trata e compreender quando ele está sendo inserido neste contexto, seja sofrendo com isso ou fazendo com que outros sofram. Mas a conversa não pode ficar restrita apenas à juventude. Padre Juliano também abordou a importância de pais e responsáveis compreenderem a complexidade destes assuntos, onde ele mesmo tem se aprofundado nestes temas:

“Tenho desenvolvido uma reflexão muito sincera e direta com as crianças, adolescentes e jovens. Penso que precisamos quebrar os tabus e tratar desses temas: suicídio, automutilação, diversidade sexual, abusos, drogas, pornografia etc. Eles têm muitas dúvidas sobre tudo isso, e se não encontrarem informação segura, podem acabar mal orientados por fontes inseguras na internet ou por más companhias. O número de casos de suicídio entre adolescentes tem crescido assustadoramente.”

“Para mais conhecimento sobre este tema, comecei a assistir à série “13 Reasons Why”, (ou “Os 13 Porquês” - disponível na Netflix), que recomendo especialmente a pais de adolescentes e professores. Ela mostra o quanto o bullying pode ir destruindo as vítimas aos poucos, atacando a autoestima, provocando pânico, transtorno de ansiedade ou depressão, que são as principais causas do suicídio. E a população precisa se informar mais para poder ajudar de forma eficaz, sem aquelas reações comuns, superficiais e preconceituosas, do tipo: ‘isso é frescura, é falta de fé, é para chamar a atenção’, etc”.

Para os jovens de toda a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, Pe. Juliano intercede que o Ano Missionário seja momento de reflexão, acolhida e de mais humanidade entre todos.

“Estamos para iniciar o Ano Missionário Jovem. Que esta iniciativa seja não apenas no sentido de levar mais ‘religião’ à juventude, mas ajude nossos jovens a serem mais humanos, discípulos mais felizes de Cristo, que veio para que todos tenham vida e vida em abundância” (cf. Jo 10,10).

Fotos: Pe. Juliano Ribeiro Almeida

Fonte: Diocese de Cachoeiro