Saúde Mental: psicóloga destaca importância do cuidado e de atitudes saudáveis
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Ricardo Gomes – Diocese de Campos
A pandemia acelerou impacto sobre a Saúde Mental. E neste tempo é urgente o cuidado e a prevenção. A psicóloga Camila dos Santos Leite destaca a necessidade de atitudes de cuidado para evitar o agravamento desses problemas.
Em meio a tantas questões o que mais agravou a saúde mental é a dificuldade da retomada social, voltar a fazer o simples o comum ainda é um desafio para muitas pessoas, principalmente pelo tempo que ficamos em isolamento e as mudanças na maneira de se comportar, de se cuidar. E mesmo com a volta ao convívio, toda forma de convivência ainda requer cuidados e há certo limite nos contatos físicos, isso tem gerado muita ansiedade, em pessoas de todas as idades, disse Camila.
A psicóloga adverte que é necessário o retorno gradativo às atividades, respeitando o tempo e evitando o isolamento social que causa transtornos. Um caminho de cuidado e de atenção, buscando a interação.
Sabemos que com o isolamento o uso de celulares e o mergulho no mundo virtual foi um refúgio para os tempos sombrios e solitários da pandemia, mas entender que o mundo virtual não supre nossas necessidades reais de convívio e afeto se faz necessário em tempos de tantas doenças geradas pelo excesso de telas, desde questões emocionais como a agitação a problemas físicos como lesões por esforço repetitivo, destaca.
Entender que cada ser humano reage às mudanças de uma forma e compreender que a maioria das questões já existiam e foram agravadas pela pandemia é um bom começo para entender os problemas reais nesse tempo de recomeço e reestruturação de todos e de cada um.
Psicóloga Camila em família
Ter uma vida saudável é uma busca diária, entender nossas necessidades é o mais importante para saber o que precisamos modificar tanto física quanto emocionalmente. Falar é terapêutico, mas precisa de uma escuta qualificada para compreender as questões e assim mudar o comportamento. O que todos podemos e devemos fazer é praticar exercícios, optar por alimentos nutritivos e cuidar das questões emocionais, tudo isso se torna um bom início na busca da saúde, que sempre será um tripé biopsicossocial, conclui Camila.
A Psicóloga adverte que os pais devem estar atentos as mudanças de comportamento dos filhos adolescentes e estarem abertos ao diálogo continuo com os filhos. Os adolescentes costumam demorar em pedir ajuda, e admitir que precisam dessa ajuda que pode salvar vidas.
Sobre os adolescentes e seu mundo próprio sendo formado, os pais devem estar atentos a essa transição de criança para pré-adolescente e adolescente, que nem sempre ocorre de maneira natural e saudável. Já deve existir na prática familiar o diálogo sendo construído durante toda a vida. Se for assim, será muito fácil observar, perceber e interferir positivamente nas mudanças desse jovem, que não é mais criança e que não é adulto, necessitando ainda muito da atenção dos pais. Se o diálogo não for algo natural no núcleo familiar, sempre há tempo de mudar isso, iniciando a vivencia dessas questões que impedem que aconteça essa troca tão importante entre os membros da família. E nesse caso de dificuldade procurar um profissional qualificado é o indicado, não só para melhorar o diálogo, mas também para ajudar caso exista algum problema psicológico, orienta Camila.
Camila conclui que um dos principais problemas é que alguns pais têm dificuldade de demonstrar seus sentimentos, mas devem entender que são exemplos para os filhos, crianças e adolescentes que levarão para sempre para as suas vidas.
Podemos imaginar que essa criança e adolescente vai levar em conta as nossas ações que as nossas palavras, nesse sentido, se temos qualquer dificuldade estamos os ensinando a ter o cuidado com a criança e adolescente começa com o autocuidado do adulto responsável. Saber amar, cuidar e estar atento as modificações que são naturais, ou seja, as mudanças físicas comuns na adolescência, devemos acolher com naturalidade. Muitos escondem por vergonha das mudanças corporais, o que pode causar não aceitação da fase de mudanças e sintomas psicológicos. Observar quando o jovem ficar mais recluso, usando roupas que escondem muito o corpo em todas as estações e qualquer mudança muito bruscas no comportamento são indícios de que algo não está bem, relata Camila.
VídeoFonte: Vatican News