• 2 de Novembro de 2024

Padre de Cachoeiro fala sobre trabalho missionário na África

Padre de Cachoeiro fala sobre trabalho missionário na África

A Igreja no Brasil celebra, no próximo mês de agosto, o mês vocacional. A escolha se deve ao fato de no dia 4 de agosto ser comemorado o dia de São João Maria Vianney, o patrono dos padres; e no dia 10, o dia de São Lourenço, patrono dos diáconos.

O padre pode desenvolver a sua missão sacerdotal seja em uma paróquia, seja fazendo parte de uma comunidade ou congregação religiosa, ou ainda estando à frente de um seminário, cuidado da formação de novos padres. Há ainda aqueles que deixam sua terra para ir em missão a lugares onde a Igreja é mais carentes de agentes evangelizadores.

Padre Antônio da Luz Miranda, 51, pertence ao clero diocesano de Cachoeiro de Itapemirim. Vive hoje, como padre, uma experiência missionária na África. Está desde o dia 11 de março de 2023 atuando, junto a outros sacerdotes e missionários na Arquidiocese da Beira, província de Sofala em Moçambique.

O país africano enfrenta uma onda de violência e ataques a cristãos e de lá veio o atual bispo de Cachoeiro, dom Luiz Fernando Lisboa. “Eu vim para cá (Beira) sabendo das dificuldades que iria encontrar, sabia que seriam muitas. Mas Deus está me mostrando o que fazer, como fazer e com quem fazer este trabalho”, disse.

Quando foi ordenado sacerdote, há 20 anos, padre Antônio da Luz pediu para ser missionário na África. “Mas, a Igreja sempre teve outras necessidades para eu trabalhar e, durante 20 anos, tive obediência à Igreja da melhor forma possível. Nunca reclamei, mas seguia com o sonho de trabalhar aqui na África”, contou.

“Quando dom Luiz colocou a situação de Moçambique, das dificuldades, dos desafios, das lutas, dos terroristas, a minha vontade aflorou ainda mais. Pensei: ‘Eu preciso ir até lá, porque alguém precisa estar lá em nome de Jesus Cristo. O Evangelho precisa ser anunciado neste lugar. Se é o lugar mais difícil, é o lugar que eu quero ir”.

O sacerdote, então, conversou com dom Luiz sobre este seu desejo e o bispo lhe disse que pensaria e que “possivelmente iria” para a África.

A princípio, segundo o padre, a ideia era que fosse enviado para a diocese de Pemba. “Ficamos esperando. Numa época não podia por causa do terrorismo, na outra não podia por causa da covid-19”, contou. No ano passado, viram “que os terroristas, além de tomarem o norte de Cabo Delgado, estavam tomando também o sul”. Então, o bispo “achou por bem” enviá-lo para a arquidiocese de Beira.

Para ele, esse deve ser o papel da Igreja em meio a uma situação de violência e perseguição como a que se vive no país africano. “É testemunhar o Evangelho, escutar a Palavra, viver a Palavra e, através da vivência da Palavra, anunciar o Evangelho, porque não tem outro jeito, você não pode negociar o que é a verdade, a justiça, o amor, não pode renunciar ao anúncio do Reino de Deus”, disse.

O dia-a-dia de um padre missionário é por vezes puxado, exigente. Padre Antônio da Luz diz que muitos lhe perguntam se a missão é cansativa, ao que ele responde que é “um cansaço que faz bem ao coração”.

“É bom quando estamos cansados do corpo, mas felizes, realizados. É um cansaço revigorante. Aqui temos muitos desafios, próprios de um início de missão: estamos longe da nossa terra, não temos quase nada, e a inculturação às vezes é difícil, mas em tudo Deus nos conduz e nos guarda, e a alegria da nossa alma nos faz superar todos os desafios. Sou muito feliz e realizado como padre aqui!”.

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;?>Fonte: Diocese de Cachoeiro

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