Comissão da CNBB lança coleção de publicações sobre a Doutrina Social da Igreja no dia 17 às 10h

Publicada pela Comissão Episcopal Sociotransformadora (Cepast) da Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) em parceria com o Instituto Humanitas Unisinos (IHU), a coleção percorre a história e os princípios da Doutrina Social da Igreja (DSI) para inspirar a ação dos cristãos diante dos desafios socioambientais de hoje.
A Cepast-CNBB lança a “Coleção Ação Sociotransformadora – Doutrina Social da Igreja”, uma série de estudos que tem como objetivo aprofundar o conhecimento sobre o tema em todas as comunidades eclesiais. O evento de lançamento será no dia 17 de junho, às 10h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo canal de YouTube do Instituto Humanitas Unisinos e da Cepast-CNBB. A coleção, que contempla quatro volumes de estudos, é de autoria dos padres Altair Manieri, Jeferson Nogueira da Matta e Leomar Antônio Montagna.
Dom José Valdeci Santos Mendes, presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (Cepast-CNBB) e bispo de Brejo (MA), enfatiza que a Doutrina Social da Igreja (DSI) demonstra o compromisso de uma Igreja discípula de Jesus Cristo, engajada com a causa do Reino de Deus e fiel ao Evangelho no testemunho junto aos empobrecidos e empobrecidas.
“Os volumes de estudos que estamos lançando”, afirma Dom Valdeci, “nos mostra o caminho trilhado pelo povo de Deus, ressaltando a importância dos fundamentos bíblicos. O Êxodo traz para nós a marca da libertação; o profetismo demonstra a denúncia e o anúncio da Palavra de Deus no compromisso com a justiça social; e nosso Senhor Jesus Cristo nos leva à plena libertação. Acredito que os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja nos ajudarão a nos mantermos fiéis aos ensinamentos de Cristo”, expressou o presidente da Comissão.
Dom Geremias Steinmetz, membro da Comissão Sociotransformadora, destaca o papel importante da Doutrina Social da Igreja (DSI) para os dias atuais. Segundo ele, a DSI é uma ferramenta essencial para a fé engajada: “A Doutrina Social da Igreja é a interpretação do Evangelho que oferece respostas concretas aos problemas da sociedade atual, iluminando as situações difíceis que enfrentamos.”
Dom Geremias participará do lançamento, que conta também com a presença do padre Leomar Montagna, um dos autores da coleção, e dos assessores da Cepast-CNBB, Alessandra Miranda e padre Dário Bossi.
A coleção é composta por quatro volumes que abordam desde os fundamentos bíblicos e históricos da Doutrina Social da Igreja (DSI), até o magistério do Papa Francisco, com o objetivo de promover a libertação integral da pessoa humana e incentivar a coerência entre a fé e a ação social dos cristãos. A coleção é também uma contribuição atualizada ao diálogo sobre fé e transformação social.
Conheça os volumes da coleção:
Estudo 1: Fundamentos bíblicos e primeiros séculos do cristianismo: O primeiro estudo sublinha as raízes da DSI que estão presentes nas Sagradas Escrituras, muito antes da encíclica Rerum Novarum, de 1891.
A publicação explora a preocupação com a justiça social no Antigo Testamento, que condenava a exploração dos pobres , e a plenitude dessa mensagem nos ensinamentos de Jesus, que anunciou uma missão libertadora. O estudo também percorre os discursos dos Padres da Igreja, que condenavam o acúmulo de riquezas e afirmavam que o supérfluo pertence aos pobres.
Estudo 2: As grandes encíclicas sociais: O segundo estudo apresenta um percurso histórico pela evolução da DSI, desde o período pós-Patrística até o pontificado do Papa Francisco. A obra analisa documentos marcantes como a Rerum Novarum (1891),de Leão XIII, sobre a “questão operária” ; a Quadragesimo Anno (1931), de Pio XI, que formulou o princípio da subsidiariedade ; a Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II, que focou na dignidade humana ; a Populorum Progressio (1967), de Paulo VI, que definiu o desenvolvimento como “o novo nome da paz” ; e as contribuições de João Paulo II e Bento XVI.
Estudo 3: Abordagens do Papa Francisco: O terceiro estudo se aprofunda no pensamento do Papa Francisco, que promove um retorno ao Evangelho com forte impulso profético. O estudo destaca a crítica do pontífice a um sistema econômico “injusto em sua raiz” , que ele define como uma “economia que mata”. Aborda também o paradigma da ecologia integral, que conecta a crise ambiental e a social, e o chamado à fraternidade e à amizade social como bases para a política, definida pelo Papa como “uma das formas mais elevadas de caridade”.
Estudo 4: Os grandes princípios: O quarto e último volume explora os pilares fundamentais da DSI, que são interdependentes. O princípio central é a Dignidade da Pessoa Humana, criada à imagem de Deus, da qual derivam todos os outros. Outros princípios detalhados são o Bem Comum, a Destinação Universal dos Bens, com a “hipoteca social” da propriedade privada, a Subsidiariedade, que defende a autonomia dos níveis locais, a Solidariedade como empenho pelo bem de todos e a relação entre a Justiça e a Caridade, sendo a última o critério supremo que integra e transcende a primeira.
Sobre os autores:
Três presbíteros que atuam no estado do Paraná, com trajetória acadêmica e pastoral, assinam a “Coleção Ação Sociotransformadora – Doutrina Social da Igreja”. Os padres Leomar Antônio Montagna, Altair Manieri e Jefferson Nogueira da Matta combinam um aprofundado conhecimento em Teologia, Filosofia e Ciências Sociais que enriquece os estudos. Além da vida acadêmica, os três padres possuem vasta experiência prática.
O conhecimento na Doutrina Social da Igreja (DSI) é um ponto central na biografia de dois dos autores. O padre Altair Manieri, da Arquidiocese de Londrina, é mestre e especialista em DSI pela prestigiosa Pontifícia Universidade Lateranense de Roma. Na mesma instituição, o padre Jefferson Nogueira da Matta, da Diocese de Apucarana, obteve seu mestrado em Teologia com especialização em Doutrina Social da Igreja.
Complementando o trio, o padre Leomar Antonio Montagna, da Arquidiocese de Maringá, traz uma base com mestrado em Filosofia pela PUCPR e especialização em Pensamento Brasileiro e Latino-americano. A formação teológica é outro elo entre os autores, que cursaram o Instituto Teológico Paulo VI de Londrina, além de possuírem ampla experiência como docentes em instituições de ensino superior.
A obra é uma ferramenta para a reflexão sobre os “erros mais graves de nosso tempo” , como a falta de coerência entre a fé e a vida, e um chamado para a Igreja ser um canal de transformação em um mundo marcado pela “globalização da indiferença”.
O lançamento será transmitido ao vivo no dia 17 de junho, às 10h, pelos canais do IHU e da Cepast-CNBB no YouTube. Será oferecido um certificado de participação mediante inscrição prévia. A inscrição pode ser feita neste (link).
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Fonte: CNBB