• 27 de Julho de 2025

“Nem um poço a mais, nem um porto a mais”: Pedalada pela fé, pela vida e pela preservação de Nossa Senhora das Neves

“Nem um poço a mais, nem um porto a mais”: Pedalada pela fé, pela vida e pela preservação de Nossa Senhora das Neves

Um movimento que une fé, compromisso com a vida e cuidado com a criação. Assim pode ser definida a iniciativa do projeto “Nem um poço a mais, nem um porto a mais”, que chega neste mês de agosto ao sul do Espírito Santo com um objetivo muito claro: denunciar os impactos socioambientais e espirituais que podem surgir com a construção do chamado “Porto Central” em Presidente Kennedy, litoral sul, especialmente sobre o Santuário de Nossa Senhora das Neves, padroeira do município e símbolo de fé para milhares de devotos de todo o Brasil.

Um projeto que nasce da resistência

O projeto nasceu em 2008, com o objetivo de monitorar e denunciar os impactos ambientais e sociais provocados pela exploração de petróleo, gás natural e monoculturas de eucalipto no litoral norte do Espírito Santo. Com um grupo de ciclistas comprometidos com a causa, a primeira edição do pedal percorreu o trajeto de Cariacica até Riacho Doce, na divisa com a Bahia, passando por comunidades tradicionais, associações de pescadores, aldeias indígenas e quilombolas. Desde então, foram realizadas seis edições do pedal ambiental, com apoio de entidades como a FASE, o Instituto Social Capixaba e o Observatório Internacional do Petróleo (IOAT).

Em 2025, pela primeira vez, o grupo volta sua atenção ao litoral sul capixaba, com destino à centenária Igreja de Nossa Senhora das Neves, em Presidente Kennedy, que completa 275 anos de história e devoção. O objetivo é unir forças com os fiéis, pescadores, artistas e lideranças locais contra a ameaça representada pela construção do Porto Central, projeto que vem sendo questionado por seus possíveis danos ambientais, sociais e espirituais.

Um ato de fé, resistência e solidariedade. Como destaca Paulo Henrique Ling, um dos organizadores do pedal: “O porto que querem construir pode trazer muitos problemas ambientais sim, mas também fere a fé do povo. Afeta diretamente o Santuário de Nossa Senhora das Neves, que pode ser impactado com a movimentação, poluição e desequilíbrio social que a obra trará. É preciso preservar a casa da Mãe, espaço sagrado para tantos romeiros e devotos.”

A preocupação se estende à preservação do patrimônio espiritual da cidade e da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. “A construção do porto, além de afetar comunidades tradicionais como pescadores e marisqueiras, ameaça também o fluxo de romarias, o silêncio e o ambiente de oração que caracterizam o Santuário da padroeira”, comentou.

A Igreja comprometida com a Casa Comum

A ação do grupo de ciclistas ecoa o apelo do Papa Francisco na encíclica Laudato Si’, que convida toda a Igreja a se colocar em defesa da Casa Comum, denunciando estruturas que ferem a dignidade humana, marginalizam os pobres e destroem a criação.
com os impactos do Porto

Pedalada

A pedalada terá início no dia 3 de agosto, com saída de Cariacica, passando por Ponta da Fruta, Guarapari, Anchieta, Piúma e Marataízes, chegando a Presidente Kennedy no dia 5, justamente no dia da festa de Nossa Senhora das Neves. Serão realizadas atividades culturais, exibições de filmes, apresentações artísticas e momentos de diálogo com pescadores e lideranças locais.

O encerramento será marcado por um ato de solidariedade em frente ao Santuário, onde os ciclistas e apoiadores irão se unir à romaria dos fiéis, reforçando o clamor.

Serviço

Pedal Contra o Porto Central

Dia: De 03 à 05 de agosto 2025

Destino: Saída de Cariacica com destino a Presidente Kennedy

A inscrição e a camiseta são gratuitas.

Mais informações:

institutosocialcapixaba97@gmail.com
Contato: (27)988773144 Paulo Henrique.

Divulgação

Fonte: Diocese de Cachoeiro

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