• 26 de Julho de 2025

Comissão Episcopal para a Liturgia promove encontro nacional para fortalecer articulação entre regionais da CNBB

Comissão Episcopal para a Liturgia promove encontro nacional para fortalecer articulação entre regionais da CNBB

Terminou nesta quarta-feira, 23 de julho, um encontro com bispos referenciais e coordenadores de liturgia de 16 regionais da entidade. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a comunhão e articular a ação litúrgica nas diferentes realidades da Igreja no Brasil e foi promovida pela Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB, na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF).

Participam do encontro bispos referenciais, presbíteros, religiosas e leigos responsáveis pela animação litúrgica nas igrejas particulares de todo o país. Padre Cristian Vieira Batista, pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo, em Venda Nova do Imigrante e representante e assessor Diocesano da Pastoral litúrgica, representou a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. Também, entre os presente, estviverão os bispos dom Hernaldo Pinto Farias, presidente da Comissão; dom José Benedito Cardoso, dom Dorival Souza Barreto Júnior, dom Ettore Dotti, dom Wellington de Queiroz Vieira e dom Mário Marquez, além de membros das assessorias e dos três setores da Comissão: música litúrgica, arte sacra e pastoral litúrgica.

Retomada da articulação nacional

Frei Luís Felipe Marques, assessor da Comissão para a Liturgia, explica que a retomada do encontro, após um período sem edições devido à pandemia e mudanças nas prioridades pastorais, é fundamental para reforçar a unidade entre a comissão nacional e as regionais.

“Precisamos retomar processos e temáticas que ficaram parados ou com ritmo reduzido. Este encontro é um esforço para ouvir os regionais, compreender suas realidades e articular uma linguagem e caminhos comuns para a liturgia no Brasil”, afirma.

Segundo o assessor, o tema em destaque nesta edição é a ministerialidade laical, abordando os diversos ministérios que fazem parte da vida eclesial nas dioceses.

“Nosso esforço é contribuir para uma liturgia que seja vivida com mais profundidade e comunhão nas comunidades, respeitando a diversidade cultural do país, mas buscando uma unidade que fortaleça a missão da Igreja”, completou.

Unidade na diversidade

A escuta das experiências e desafios dos regionais marcou o início da programação. A intenção, segundo frei Felipe, é construir coletivamente propostas que respeitem as especificidades de cada realidade e, ao mesmo tempo, favoreçam uma identidade litúrgica comum.

“A diversidade cultural do Brasil é uma riqueza, mas também um desafio. Por isso, iniciamos o encontro ouvindo os regionais, para a partir daí construir caminhos possíveis de articulação nacional”, destacou.

Dom Hernaldo Pinto Farias, presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também reforçou a importância dessa escuta e da comunhão entre os diversos atores da pastoral litúrgica no país.

“Estamos promovendo esse reencontro com os bispos referenciais e coordenadores de pastoral litúrgica para fortalecer essa sintonia com a Comissão Episcopal. Queremos manter esse diálogo de forma periódica, provavelmente a cada dois anos, para partilhar experiências e atualizações do trabalho litúrgico”, afirmou.

Dom Hernaldo destacou ainda que a liturgia é o espaço privilegiado da comunhão eclesial. “Na Eucaristia, nos tornamos Corpo de Cristo. A liturgia é o primeiro espaço dessa fraternidade e unidade da Igreja. Por isso, é necessário investir em celebrações que expressem essa comunhão, inclusive nos cantos e linguagens utilizados. A liturgia não é individual, é comunitária”, concluiu.

Formação e reflexão sobre os ministérios

A programação do segundo dia do encontro foi dedicada à reflexão teológica e pastoral sobre a ministerialidade. O padre Patrick Brandão, da diocese de Duque de Caxias (RJ), aprofundou o tema, destacando a dimensão carismática e comunitária dos ministérios.

“A Igreja sempre se organizou de forma ministerial. A partir do batismo, todos somos chamados a exercer um serviço à comunidade. Os ministérios não ordenados nascem do sacerdócio batismal e são servidores da comunidade cristã”, explicou.

Ele também apresentou os critérios e etapas de formação dos diversos tipos de ministérios reconhecidos ou instituídos, como o Ministério Instituído do Catequista, conforme o Documento 112 da CNBB.

“É importante haver um caminho formativo adequado, que una teoria e prática, para que esses ministérios possam de fato contribuir com a vida litúrgica das comunidades”, apontou.

A irmã Veronice Fernandes, integrante da equipe de reflexão da Comissão, abordou os ministérios nas celebrações dominicais da Palavra de Deus, realidade presente em cerca de 70% das comunidades do país.

“São celebrações lideradas majoritariamente por leigos e leigas, e precisamos olhar com atenção para a formação desses agentes, que nem sempre têm acesso a um percurso formativo mais sólido”, alertou.

Ela destacou que, apesar dos esforços das dioceses e comunidades, ainda há lacunas formativas importantes.

“É preciso ampliar as oportunidades de formação litúrgica, teológica e pastoral, incluindo experiências práticas. Aprender fazendo é essencial para quem atua diretamente nas celebrações”, disse.

Celebrações e encerramento

O encontro também contou com momentos celebrativos diários. O encerramento do encontro aconteceu nesta quarta-feira com nova rodada de reflexões e a celebração da Eucaristia, presidida por dom José Benedito.

Fotos

Por Larissa Carvalho | Fotos: Giany Costa

Fonte: Diocese de Cachoeiro

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