• 21 de Outubro de 2025

Uma Igreja assumida, sinodal e transformadora: Dom Imbamba sobre o futuro da IMBISA

Dom José Manuel Imbamba, arcebispo de Saurimo (Angola), vice-presidente da IMBISA Dom José Manuel Imbamba, arcebispo de Saurimo (Angola), vice-presidente da IMBISA

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Sheila Pires - Joanesburgo, África do Sul

O encontro, que reuniu bispos das nove conferências episcopais da África Austral, foi marcado por um espírito de fraternidade e de renovado compromisso pastoral. Segundo Dom Imbamba, “o ambiente sinodal que vivemos e experimentamos aqui” reforçou a missão comum da Igreja na região, chamada a “transformar as realidades culturais, sociais, políticas e económicas” para que “as famílias desta sub-região se assumam como testemunhas vivas do Evangelho”.

Reeleito vice-presidente da IMBISA

Durante o Jubileu, Dom Imbamba foi também reeleito vice-presidente da IMBISA, iniciando assim o seu segundo mandato de três anos. O arcebispo recebeu a notícia com gratidão e espírito de serviço: “Estou muito satisfeito e agradeço pelo ambiente sinodal que vivemos. Este é um sinal de confiança e de continuidade do caminho que juntos queremos percorrer como Igreja comprometida com a comunhão, a participação e a missão.”

Desafios comuns, respostas partilhadas

Ao fazer um balanço das intervenções apresentadas pelas Conferências episcopais, Dom Imbamba reconheceu que “os nossos problemas, grosso modo, são comuns”. Entre eles, destacou as dificuldades ligadas à pobreza, à má governação, à migração e à perda de valores humanos e culturais. “São problemas estruturais, problemas que têm a ver também com a cidadania, com a governação e com a promoção da dignidade da pessoa humana”, afirmou.

Face a esta realidade, o prelado sublinhou o papel profético da Igreja como “Sentinela”: “Será sempre essa voz que proclama, que denuncia, que propõe, que liberta e que faz com que as consciências sejam mais saudáveis, se comprometam mais com a verdade, com a justiça, com o amor e com tudo aquilo que faz provocar realização e felicidade de todos.”

Sinodalidade: um caminho já familiar

Para Dom Imbamba, a sinodalidade não é uma novidade para a Igreja em África, mas parte integrante do seu modo de ser e de viver. “Constatamos que aquilo que o Sínodo está a apresentar hoje como novidade, nós já vivemos isso. É o nosso modo de ser, o nosso modo de fazer, o nosso modo de viver a Igreja.”

O Arcebispo explicou que, recentemente, a CEAST criou uma Comissão para a implementação do Sínodo, que terá a missão de promover, a nível diocesano, a vivência concreta deste processo. “Agora caberá a nós, bispos, ser repetidores de tudo aquilo que nos foi dito e aprendido, para que nas nossas comunidades possamos dar sequência a esta vivência”, destacou.

Bispos da IMBISA durante a Missa de abertura da Plenária, em Matshapa, no Reino de Eswatini

Bispos da IMBISA durante a Missa de abertura da Plenária, em Matshapa, no Reino de Eswatini

Uma Igreja que escuta e transforma

A partir dos testemunhos e desafios apresentados durante a plenária, Dom Imbamba reforçou que a sinodalidade deve levar a Igreja a “escutar mais, dialogar mais e traçar caminhos comuns”, de modo a que “a vida social, familiar e cívica” na região possa florescer.

“Assumimos o compromisso de penetrar nas famílias, de mexer com a consciência dos nossos governantes, de fazer com que o Evangelho se encarne na nossa cultura”, afirmou, alertando ainda para o peso de “algumas tradições culturais que não ajudam o desenvolvimento nem a autoridade entendida como serviço”.

Um convite à esperança

Ao concluir, o Arcebispo expressou gratidão pelo papel dos comunicadores e pelo serviço à Igreja universal: “Agradeço à Sheila por este valioso serviço que presta à Igreja da nossa sub-região e à Igreja Universal. Que continue a ser esta voz que nos ajuda a pensar, que nos ajuda também a sonhar.”

O Jubileu de Ouro da IMBISA, celebrado sob o tema “Chamados à comunhão, participação e missão”, foi não apenas um olhar sobre os 50 anos de história da instituição, mas também um ponto de partida para um novo capítulo de compromisso pastoral e de esperança — uma Igreja assumida, sinodal e transformadora, a serviço do povo de Deus na África Austral.

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Fonte: Vatican News

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