• 18 de Abril de 2025

Papa no Domingo de Ramos: carregar a cruz de Cristo, como Simão, nunca é em vão

Papa no Domingo de Ramos: carregar a cruz de Cristo, como Simão, nunca é em vão

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Andressa Collet - Vatican News

A Praça São Pedro deste Domingo de Ramos acolheu cerca de 40 mil pessoas para fazer memória à entrada do Senhor em Jerusalém e rezar a Santa Missa presidida pelo cardeal argentino Leonardo Sandri, vice-decano do Colégio Cardinalício - uma decisão do Papa Francisco que só se fez presente ao final da celebração, por causa do período de convalescença na Casa Santa Marta.

A comemoração da entrada festiva do Senhor em Jerusalém precedeu a missa, cujo trecho do Evangelho narrou a história da sua Paixão. Os ramos de oliveira, símbolo deste domingo (13/04), após abençoados foram levados em procissão do centro da Praça para o Sagrado por centenas de pessoas, entre cardeais, bispos, sacerdotes e leigos para iniciar a Liturgia da Palavra da celebração eucarística.

As imagens da procissão solene

As imagens da procissão solene (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

A cruz de Jesus torna-se a cruz de Simão

A homilia para a missa de Domingo de Ramos, solenidade que abre as celebrações da Semana Santa, foi preparada pelo Papa Francisco e lida pelo cardeal Sandri, prefeito emérito do Dicastério para as Igrejas Orientais. O Pontífice refletiu sobre a figura de um “desconhecido", “cujo nome entra inesperadamente no Evangelho: Simão de Cirene”. Francisco reforçou que, de “modo inesperado e perturbador”, esse homem acabou sendo “envolvido na história da salvação”.

O Papa meditou sobre o gesto e o coração de Simão no caminho para o Calvário, quando seguiu ao lado de Jesus, “com quem teve que dividir a pena”. Um gesto “tão ambivalente”, porque Cireneu é obrigado a carregar a cruz: “não ajuda Jesus por convicção, mas por obrigação. Por outro lado, vê-se a participar pessoalmente na Paixão do Senhor. A cruz de Jesus torna-se a cruz de Simão”.

Para “compreender se carrega ou suporta a cruz, é preciso olhar para o seu coração”, acrescentou o Papa, pedindo que nos colocássemos no lugar de Cireneu: “sentimos raiva ou piedade, tristeza ou aborrecimento?”. E Francisco recordou:

“A cruz de madeira, que o Cireneu carrega, é a de Cristo, que carrega o pecado de todos os homens. Carrega-o por nosso amor, em obediência ao Pai (cf. Lc 22, 42), sofrendo conosco e por nós.”

Os passos de Simão são os nossos

O Papa se deteve, assim, após o gesto e o coração de Simão, aos seus passos que “nos ensinam que Jesus vem ao encontro de todos, em qualquer situação”. Inclusive naquela em que o ódio e a violência são protagonistas, porque Deus também “faz deste caminho um lugar de redenção”. E Francisco refletiu:

“Quantos cireneus carregam a cruz de Cristo! Somos capazes de reconhecê-los? Vemos o Senhor nos seus rostos dilacerados pela guerra e pela miséria? Perante a injustiça atroz do mal, carregar a cruz de Cristo nunca é em vão, é antes a forma mais concreta de partilhar o seu amor salvador.”

Carregar a cruz no coração

O convite final do Pontífice, então, é para carregar a cruz de quem mais precisa, estendendo a mão, levantando quem cai, abraçando os desanimados:

“Irmãos, irmãs, para experimentar este grande milagre da misericórdia, escolhamos como levar a cruz, durante a Semana Santa: não ao pescoço, mas no coração. Não só a nossa, mas também a daqueles que sofrem ao nosso lado; talvez a daquela pessoa desconhecida que o acaso – Mas será mesmo o acaso? – nos fez encontrar. Preparemo-nos para a Páscoa do Senhor tornando-nos cireneus uns dos outros.”

As crianças também participaram da celebração do Domingo de Ramos

As crianças também participaram da celebração do Domingo de Ramos (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

atualização às 11h49 de 13/04/204

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Fonte: Vatican News

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