França e outros cinco países reconhecem o Estado da Palestina

O presidente Macron ao lado do ministro das relações exteriores da Arábia Saudita. (ANSA)

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Ricardo Balsani - Vatican News

A França reconheceu oficialmente o Estado da Palestina nessa segunda-feira (22/09), durante uma conferência de alto nível nas Nações Unidas, em Nova Iorque, organizada pelo país europeu em conjunto com a Arábia Saudita. O anúncio foi feito pelo presidente Emmanuel Macron sob aplausos das delegações dos diversos países participantes do encontro, que foi boicotado por Estados Unidos e Israel.

Além da França, outros cinco países também anunciaram na mesma noite o reconhecimento da Palestina: Bélgica, Luxemburgo, Malta, Mônaco e Andorra. Macron ressaltou, porém, que o estabelecimento de uma embaixada só seria possível com duas condições: a libertação dos reféns em poder do Hamas e um cessar-fogo no conflito com Israel. “Chegou o momento de parar a guerra, os bombardeios em Gaza, os massacres e as populações em fuga”, insistiu o presidente francês. “Chegou o tempo da paz, pois estamos a um passo de não poder mais alcançá-la”.

Discurso de Macron é transmitido durante conferência realizada nas Nações Unidas em Nova Iorque. (ANSA)

Plano de paz francês

Macron também aproveitou a tribuna das Nações Unidas para delinear um plano de paz para a guerra em Gaza com Israel. Para obter o maior apoio possível, a proposta exclui Hamas de qualquer papel no pós-conflito e prevê uma administração no território liderada pela Autoridade Nacional Palestina. O presidente palestino Mahmoud Abbas discursou por videoconferência, após os Estados Unidos terem negado o visto para que ele comparecesse à Assembleia Geral da ONU.

Abbas defendeu que Autoridade Palestina, que já governa a Cisjordânia, assuma também o controle da Faixa de Gaza após o fim da guerra. “O Hamas e outras facções devem entregar suas armas à Autoridade Palestina”, prometeu, antes de condenar os ataques do Hamas aos israelenses em 7 de outubro de 2023.

O presidente da Autoridade Palestina discursa por videoconferência após ter o visto americano negado.

Outros reconhecimentos recentes

Um dia antes da conferência, no domingo (21/09), outras quatro nações de peso reconheceram a Palestina: Austrália, Canadá, Portugal e Reino Unido. Esses países participaram da conferência nesta segunda e defenderam a decisão. Após o último movimento de adesões, já são 156 dos 193 Estados membros da ONU que reconhecem a Palestina. Nessa terça-feira terá início o debate na 80ª Assembleia Geral da ONU, onde é aguardado o discurso do presidente americano Donald Trump, logo após a abertura feita pelo Brasil.

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Fonte: Vatican News