• 12 de Novembro de 2025

Diocese de Cachoeiro marca presença na COP30

Diocese de Cachoeiro marca presença na COP30

A Diocese de Cachoeiro de Itapemirim está representada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece entre os dias 9 e 22 de novembro, em Belém do Pará. O evento reúne chefes de Estado, autoridades, cientistas, organizações sociais e religiosas de todo o mundo, para discutir soluções diante da crise climática global.

A presença da Igreja Católica, por meio da Cáritas Brasileira e de suas expressões regionais e diocesanas, reforça a importância da ecologia integral, tema central da encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco. A Diocese de Cachoeiro é representada por Ana Cláudia da Silva Costa, presidente da Cáritas Diocesana; Rayane Espolador de Almeida, coordenadora de projetos da Cáritas; e José Arcanjo Nunes, coordenador diocesano da Pastoral da Ecologia. O grupo integra a delegação da Cáritas Espírito Santo, que participa ativamente dos espaços de debate e construção coletiva da conferência.

“É uma alegria pra nós participarmos de um evento tão importante, representando a Diocese de Cachoeiro aqui na COP30”, destacou Ana CláudiaFse.

Ela explicou que a COP30 se organiza a partir de quatro pilares de atuação que orientam as discussões e a elaboração dos documentos oficiais da conferência: Cúpula de Líderes, Agenda de Negociação, Agenda de Ação e Mobilização.

“A Agenda de Negociação tem mais de cem itens, com pontos importantes como o mecanismo global e o financiamento, conduzida por um grupo de líderes. Já a Agenda de Ação é um pilar coordenado pela presidência do Brasil, com diversos trabalhos voltados à implementação de políticas públicas. E a Mobilização é a agenda da sociedade civil, responsável por articular e mobilizar todos esses temas e criar espaços de escuta — é neste pilar que a Cáritas Brasileira está atuando em vários espaços”, explicou.

Além dos espaços oficiais, a representante da Cáritas ressaltou que a conferência se estende por toda a cidade de Belém, com diferentes locais de debate e convivência.

“A COP não se restringe à zona azul, onde estão as lideranças e autoridades. Existe também a zona verde, um espaço livre, aberto, e outros pontos por toda a cidade, onde todos têm direito à voz, à escuta e ao diálogo. É um ambiente muito rico, que dá corpo ao que a Laudato Si’ ensina: tudo está interligado como se fôssemos um.”

A comitiva diocesana também participa da Cúpula dos Povos, um dos eventos paralelos mais significativos da COP30. Trata-se de um espaço de articulação da sociedade civil, que reúne organizações populares, povos originários, comunidades tradicionais, movimentos ecológicos e pastorais sociais para refletir e propor ações concretas em defesa da vida e do planeta.

“Estamos aqui por duas semanas com uma agenda extensa, de muito trabalho e aprendizado. Mas é um espaço riquíssimo, que concretiza o sentido da fé em ação. É a Igreja presente, ouvindo o clamor da terra e o clamor dos pobres”, afirmou Ana Cláudia.

Nos primeiros dias de agenda, a equipe aproveitou o tempo livre para conhecer um pouco da cultura e espiritualidade paraense, visitando pontos históricos e a Catedral da Sé de Belém. À tarde, o grupo acompanhou a inauguração da Área Verde, participando também de uma roda de diálogo com o Ministério das Cidades, que abordou o tema “Adaptação Climática nas Cidades”, contando com a presença do ministro e de representantes de diferentes setores sociais.

“Foi um evento muito importante. A Igreja precisa estar presente nessas discussões, porque o cuidado com o meio ambiente é também cuidado com a vida e com os mais pobres”, destacou a presidente da Cáritas Diocesana.

À noite, os representantes da Cáritas de todo o mundo participaram de uma missa de acolhida, celebrada por Dom Teodoro Mendes Tavares, bispo de Ponta de Pedras (PA). O momento de espiritualidade marcou oficialmente a abertura da caminhada das delegações e contou com a presença de representantes da Cáritas Internationalis.

“A COP30 é um espaço, um movimento de esperança sobre a situação do clima. Estamos aqui porque acreditamos que podemos resolver isto, temos esperança — e a esperança não decepciona”, afirmou Dom Teodoro durante a homilia.

Segundo Ana Cláudia, a Cáritas Brasileira também tem agenda com a presidência da COP, além de eventos previstos na Zona Azul, espaço reservado às autoridades e instituições internacionais.

“Estamos aqui preparados pra muito trabalho, para juntos, como se fôssemos um, lutarmos diante das dificuldades que todos enfrentam com as mudanças climáticas”, reforçou.

Nesta terça-feira, 11, os representantes da Diocese participaram do 6º Tribunal Internacional dos Direitos da Natureza, uma das atividades mais simbólicas da Cúpula dos Povos, que debate a violação dos ecossistemas e propõe reconhecer juridicamente a natureza como sujeito de direitos.

“Discutimos e refletimos sobre tudo que envolve a natureza, tudo que ela está sofrendo e clamando. É um grito de socorro que precisa ser ouvido”, comentou Ana Cláudia.

A participação da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim na COP30 reafirma a missão da Igreja em promover o diálogo entre fé, ciência e sociedade, contribuindo com a construção de caminhos concretos de conversão ecológica. Em comunhão com a Igreja do Brasil e com a Cáritas Internacional, a delegação leva para Belém o testemunho de uma Igreja comprometida com a vida, com o futuro das novas gerações e com o equilíbrio da criação.

“A COP é, para nós, um espaço de escuta, de partilha e de esperança. A Igreja não se cala diante da crise ambiental; ela se coloca a serviço da vida, com o coração aberto para cuidar da Casa Comum”, concluiu Ana Cláudia.

Serviço:

A COP30 acontece em Belém (PA), de 9 a 22 de novembro de 2025, reunindo representantes de 198 países, lideranças políticas, científicas e religiosas, além de milhares de participantes da sociedade civil. O evento tem como objetivo definir novas metas e compromissos globais para a redução dos gases de efeito estufa e o enfrentamento da emergência climática.

A Cúpula dos Povos, organizada paralelamente, é o espaço em que movimentos sociais, ONGs, pastorais e povos tradicionais discutem e propõem soluções baseadas na justiça climática e no respeito à vida.

Fotos

Fonte: Diocese de Cachoeiro

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