• 28 de Novembro de 2024

Observatório Astronômico do Vaticano: superlua, uma das maravilhas “made in God”

Em outubro, a maior lua cheia de 2024 (Foto de arquivo, Reuters) Em outubro, a maior lua cheia de 2024 (Foto de arquivo, Reuters)

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Amedeo Lomonaco – Vatican News

O dia 17 de outubro também foi um convite para levantar os olhos para o céu. A superlua de outubro, a terceira das quatro planejadas para este ano, foi a maior lua cheia de 2024. Ela apareceu cerca de 7% maior e um pouco mais brilhante do que a média. O horário ideal de observação na Itália começou após as 18 horas. Esse fenômeno, explica o diretor do Observatório do Vaticano, Irmão Guy Consolmagno, se repete todos os anos, mas a internet o tornou “famoso”. “A lua todo mês é interessante, mas todos olham para seus celulares e ninguém olha para o céu”.

O Irmão Consolmagno explica que na criação e em muitos fenômenos cósmicos podemos ver uma beleza extraordinária “made in God”. No entanto, a maravilha pode ser ofuscada: como disse Bento XVI em sua homilia na Vigília Pascal de 7 de abril de 2012, “hoje podemos iluminar as nossas cidades de modo tão deslumbrante que as estrelas no céu deixam de ser visíveis”. O diretor do Observatório do Vaticano, então, nos convida a olhar para o céu e, em particular, para a lua. Observar as estrelas “é como a prática da oração: você pode rezar apenas uma vez ou todas as noites”. O convite é dedicar “dois minutos todas as noites para olhar para as estrelas, para a lua, vendo as mudanças dia após dia”. “Isso”, conclui o Irmão Guy Consolmagno, ‘é fascinante: se você nunca olha para o céu, perde a coisa mais importante’.

Os pontífices e a lua

Em várias ocasiões, os Papas se referiram à lua. Uma das páginas recentes mais pungentes está relacionada ao pouso na lua em 20 de julho de 1969. Neil Armstrong e Buzz Aldrin, dois dos três astronautas da missão Apollo 11, deram os primeiros passos na superfície lunar. A caminhada de 1969 é considerada um dos eventos mais significativos da história do século XX. O Papa Paulo VI proferiu essas palavras no Angelus daquele dia:

Hoje é um grande dia, um dia histórico para a humanidade, se de fato nesta noite dois homens pisarem na Lua, como nós, com todo o mundo trêmulo, exultante e em oração, esperamos que felizmente aconteça. Faríamos bem em meditar sobre esse evento extraordinário e surpreendente; meditar sobre o cosmos, que abre diante de nós a sua face muda e misteriosa na imagem sem limites de séculos incontáveis e espaços ilimitados. O que é o universo, de onde, como e por quê? Faríamos bem em meditar sobre o homem, sua prodigiosa engenhosidade, sua ousada coragem, seu fantástico progresso. Dominado pelo cosmos como um ponto imperceptível, o homem com o pensamento o domina. E quem é o homem? Quem somos nós, capazes de tanto? Faríamos bem em meditar sobre o progresso.

Outra data gravada na história, não apenas da Igreja, é 11 de outubro de 1962, quando foi aberto o Concílio Ecumênico Vaticano II. Naquela ocasião, o Papa João XXIII se dirigiu aos fiéis que participavam da procissão de velas:

Queridos filhos, eu ouço suas vozes. A minha é apenas uma voz, mas resume a voz do mundo inteiro; o mundo inteiro está representado aqui. Poderíamos dizer que até a lua se apressou, esta noite - olhem para cima! - para ver este espetáculo.

A lua, como o firmamento, é uma beleza destinada a mudar. O Papa Francisco, no Angelus de 14 de novembro de 2021, nos lembra que a única estrela fixa, destinada a nunca passar, é a Palavra de Deus:

Uma frase de Jesus que nos deixa estupefatos: «O sol escurecer-se-á e a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu» (Mc 13, 24-25). Mas como, até o Senhor começa a fazer catastrofismos? Não, esta não é certamente a sua intenção. Ele quer que compreendamos que tudo neste mundo, mais cedo ou mais tarde, passa. Até o sol, a lua e as estrelas que formam o “firmamento” – palavra que indica “firmeza”, “estabilidade” – estão destinados a passar.

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Fonte: Vatican News

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